Amorosidade é aceitar que você pode mudar de ideia

Durante um acompanhamento nutricional, lembro de um momento de grande ansiedade. A cada semana surgia um novo estudo, uma nova informação sobre algum alimento. O que era bom ontem, hoje já não é mais. Eu me sentia perdida e frustrada, me perguntando: “Como saber se estou fazendo certo com tanta informação e tantas mudanças?”

A resposta da nutricionista foi simples e, ao mesmo tempo, profundamente transformadora:“A gente não sabe. O que podemos fazer é o nosso melhor com as informações que temos hoje.”

Naquele momento, foi difícil aceitar essa resposta. Mas com o tempo, algo dentro de mim se acalmou. E mais do que isso — percebi que essa resposta serve para além da alimentação. Ela serve para a vida.

A amorosidade de honrar quem você foi com o que você sabia

Vivemos em uma era de excesso de informação. Aprendemos, desaprendemos, mudamos de ideia. E isso é natural. Mas o que muitas vezes não é natural é a cobrança que fazemos de nós mesmos por termos pensado de determinada forma no passado.Já percebeu isso?

Você olha para algo que fez, uma escolha que tomou, uma crença que teve… e sente vergonha ou arrependimento. Mas naquele momento, aquela era a sua verdade. Você fez o melhor que podia com aquilo que sabia.

Isso é amorosidade: acolher a sua própria história sem julgamentos duros, reconhecendo que mudança é sinal de crescimento.

Amor próprio não é só se elogiar no espelho

Muitas vezes, quando falamos de amor próprio, pensamos em frases positivas, afirmações no espelho, selfies com legendas empoderadas. Isso pode ter seu valor, sim. Mas amorosidade vai além.

É olhar para si com gentileza quando percebe que errou.

É permitir-se mudar de opinião sem se agredir por isso.

É reconhecer que sua consciência de hoje foi construída passo a passo, e que o que hoje parece óbvio, ontem ainda não fazia parte de você.

Amorosidade é a coragem de crescer com leveza.