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A frequência de inadequação: pequenas conquistas que nos tornam cidadãos de Gaia

Tem uma frequência que só quem é imigrante conhece. É sutil, mas está sempre ali - a frequência de inadequação que permeia os dias mais simples.

Hoje estou na auto escola, reaprendendo a dirigir nas normas deste novo país. Aos 40 e poucos anos, me sinto novamente como uma adolescente insegura, tentando provar que sou capaz de algo que já dominava há décadas.

O processo de adequação

Abrir uma conta no banco é um processo simples, mas para o imigrante, às vezes parece um interrogatório. Você leva pilhas de documentos, comprovantes, papéis que mostram que você está "dentro da lei", que tem direitos, que merece estar ali.

É estranho ter que provar sua própria existência. No Brasil, você construiu ao longo da vida toda a documentação necessária para ser alguém. Em um outro país, você precisa fazer esse processo todo de uma vez só, sem dominar completamente o idioma, sem entender todas as nuances culturais.

Como imigrante, você precisa comprimir toda uma vida de cidadania em alguns meses. Provar que você existe, provar que você pode dirigir, provar que você merece crédito, provar que você é confiável. Tudo ao mesmo tempo, tudo em outra língua, tudo com regras que você ainda está aprendendo.

É um silencioso processo, rodando no plano de fundo que pode gerar um sentimento de inadequação, como se tudo fosse muito fora do que podemos alcançar.

As conquistas invisíveis

Mas o que descobri ao longo desse processo é que essas dificuldades nos ensinam algo profundo: tudo existe dentro de um processo. Às vezes temos que nos adequar, sim, mas a resiliência e flexibilidade que desenvolvemos têm sua recompensa.

Cada documento conquistado, cada barreira superada, cada "sim" recebido não é apenas uma vitória burocrática - é um fortalecimento da nossa capacidade de adaptação. É descobrir que somos mais flexíveis do que imaginávamos.

A inadequação inicial se transforma em sabedoria. A insegurança se torna compaixão - por nós mesmos e por outros que passam pelo mesmo processo.

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Cidadãos de Gaia

No fundo, essas fronteiras e burocracias são construções humanas necessárias, mas temporárias. A Terra é nossa pátria verdadeira, e somos todos parte desse grande todo.

Quando compreendemos isso, a experiência imigrante ganha uma perspectiva maior. Não somos "estrangeiros" - somos seres humanos habitando diferentes regiões do mesmo planeta, aprendendo a navegar diferentes sistemas criados por nós mesmos.

A conquista maior não é apenas conseguir a conta no banco ou a carteira de motorista. É expandir nossa consciência sobre o que significa pertencer, sobre nossa verdadeira natureza como habitantes da Terra.

Para quem ainda está no processo

Se você está passando por essa jornada de adequação, saiba que não está sozinho. Como imigrante e terapeuta, passei por isso, sei como é essa frequência de inadequação rodando no plano de fundo.

Às vezes precisamos de apoio especializado para processar essas camadas emocionais e reconectar com nossa essência - que vai muito além de qualquer documento ou fronteira.



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